Google Earth é usado em batalha em Israel

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Uma matéria recentemente publicada no jornal inglês The Guardian afirma que o programa gratuito Google Earth, que mostra imagens via satélite do mundo inteiro, está sendo utilizado por forças palestinas para ataques a israelenses.

O grupo Brigada de Mártires al-Aqsa, ligado ao partido político Fatah, diz utilizar a ferramenta para ajudar a determinar o alvo de seus mísseis que, embora imperfeitos, já foram capazes de matar dezenas de pessoas nos últimos três anos e ferir outras tantas. “Obtemos os dados do Google Earth e os comparamos com nossos mapas do centro da cidade e áreas importantes”, explicou Khaled Jaabari, comandante do grupo em Gaza e conhecido como Abu Walid.

Walid demonstrou ao jornal como funcionam os ataques, selecionando um alvo desabitado no deserto de Negev. Al-Aqsa é um dos muitos grupos militantes que disparam mísseis de Gaza à Israel. Um ataque semelhante realizado pelo Jihad Islâmico em uma base militar em setembro feriu mais de 50 soldados.

Abrindo arquivos sobre mísseis em seu computador, o comandante explicou terem descoberto uma maneira de fazer com que os mísseis caseiros atinjam distâncias maiores, um processo secreto que já teria começado a dar resultados.

O serviço Google Earth traz, além de mapas fotográficos via satélite, modelos 3D detalhados de algumas regiões do mundo. Contudo, as imagens são atualizadas com periodicidade irregular, levando anos por vezes, o que tornaria o software inútil para ataques a alvos móveis. Ainda assim, especialistas de defesa já afirmaram anteriormente que a facilidade com que as informações podem ser obtidas pode trazer riscos para organizações militares.

Para o Major Charlie Burbridge, do exército inglês, missões de reconhecimento são ameaças constantes às bases militares, e o uso de imagens pela internet é apenas mais um método de como isto pode ser feito.

Em janeiro, oficiais britânicos afirmaram que rebeldes ligados à al-Qaeda estariam utilizando os serviços do Google Earth para localizar alvos potenciais em bases britânicas ao sul da cidade iraquiana de Basra.

Em declaração oficial ao jornal, a Google diz estar ciente do mau uso do Google Earth pelos militares da al-Aqsa, mas disse que não comentará especificamente o caso. Contudo, a empresa diz que imagens de satélite de alta resolução de qualquer parte do mundo estão disponíveis amplamente de inúmeras fontes. “Até quem sobrevoa ou dirige por um terreno pode obter informações similares”, justificaram.

A Google não confirmou se já recebeu pedidos do governo de Israel para bloquear imagens de determinadas áreas no serviço, algo que já foi feito por alguns países, mas disse estar comprometida a trabalhar com oficiais para aumentar a segurança pública. A matéria original, em inglês, que possui link para um vídeo da simulação feita por Abu Walid, pode ser lida aqui.

Clique na imagem abaixo para ver o vídeo postado no site The Guardian

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